Neste mês, nosso entrevistado é o Nelson Robles. Geólogo, possui MBA em Gerenciamento de Projetos e Mestrado em Hidrogeologia. Há quase duas décadas atua no mercado de gerenciamento de áreas contaminadas. Atualmente, trabalha como Gerente de Projetos em nosso time de Investigação e Remediação Ambiental.

Os estudos hidrogeológicos possuem uma importância cada vez mais relevante na solução de problemas ambientais. Na sua opinião, de que forma a Tetra Tech se diferencia nesse mercado?
De fato, os estudos hidrogeológicos são cada vez mais relevantes e apresentam um forte vínculo na resolução das questões ambientais, sejam elas, no âmbito técnico, desde a compreensão da dinâmica de aquíferos a simulações de cenários voltados à remediação ambiental, assim como no âmbito gerencial, auxiliando na definição de estratégias para o melhor aproveitamento e preservação dos recursos hídricos.
Vejo que Tetra Tech se diferencia pela ampla gama de especialistas presentes não só no Brasil, mas em diversos países, e que possuem um canal aberto e colaborativo de comunicação, contribuindo assim, a partir dos mais diversos desafios, para a resolução de problemas complexos de maneira eficiente e objetiva.
Nesses quase 20 anos de trabalho qual foi o projeto mais icônico que você participou e porque você o considera assim?
Acho que o projeto mais desafiador que eu participei foi a gestão de um estudo hidrogeológico voltado a implantação de um empreendimento mineral em uma região no interior da Bahia. O objetivo deste estudo foi a coleta e tratamento de dados para verificar a disponibilidade hídrica da região e a viabilidade de implantação de uma bacia de rejeitos de forma que esta não apresentasse potencial de impacto aos recursos hídricos da região e consequentemente à população local. Foi um trabalho que envolveu vários profissionais de diferentes áreas de atuação e especialidades, órgão ambiental, universidades e a população local. Foram vários os desafios, desde logísticos a operacionais, além do trabalho de comunicação de forma a atender as expectativas de todas as partes envolvidas. Foi especialmente desafiador pelo contexto do projeto e a responsabilidade atrelada a todo esse processo.
Os parques industriais são um dos principais causadores de contaminação ambiental. De que forma a Tetra Tech Lidera com Ciência nas soluções técnicas e tecnológicas ofertadas aos nossos clientes desse mercado?
A Tetra Tech possui um corpo técnico especializado e capacitado, distribuído entre as mais diversas áreas de atuação. Considero isso um diferencial aos nossos clientes que buscam soluções eficazes para os mais diversos problemas, mas que também sejam economicamente viáveis.
O constante investimento em treinamentos, cursos, especializações, aliados à experiência adquirida a partir dos mais diversos projetos fazem com toda a equipe evolua de forma a atender essa demanda do mercado.
Outro aspecto importante que eu considero, é que contaminação ambiental deve ser observada em um sentido mais amplo, e não somente com foco da investigação e remediação. Seu impacto pode envolver questões socioeconômicas, comunicação direta com a sociedade afetada pelos passivos ambientais, elaboração de planos de recuperação para as áreas impactadas, entre outros desafios. A multidisciplinaridade presente na Tetra Tech permite atuar em todas essas frentes de maneira a buscar a solução mais adequada para os mais variados problemas.
Você é um profissional que reúne as competências técnicas e a formação gerencial. Como isso contribui nos projetos gerenciados por você?
Acredito que a maioria das áreas técnicas, em algum momento, impõem esse desafio de lidar com o lado relacionado a gestão. Ao longo da minha carreira fui migrando para gestão de projetos, mas sempre buscando acompanhar, na medida do possível, o desenvolvimento e surgimento de novas tecnologias e novas técnicas, que possam contribuir para o sucesso dos projetos. De toda forma, eu considero essas duas formações complementares na área em que atuo.
Na minha percepção, a minha formação gerencial contribui na procura de novas soluções e estratégias com foco nos resultados. Contribuem também na comunicação e apoio as equipes, pois sempre tento apoiar cada um a desenvolver seu melhor dentro do contexto de cada projeto, com base no seu potencial e suas características técnicas, pois afinal, os projetos são feitos por equipes que trabalham juntas em busca do melhor resultado.
Seu mestrado em Gestão de Águas Subterrâneas foi realizado em uma universidade europeia. Na sua opinião, de que forma essa formação é um ativo para os projetos que você gerencia?
Acredito que a experiência que eu tive, contribui para que eu sempre tente observar os problemas por diferentes aspectos e nunca adote a primeira solução aparente, como a definitiva.
A Alemanha, local onde estudei, possui algumas abordagens interessantes em relação às questões ambientais, talvez até pela dimensão dos passivos ambientais existentes, com foco no gerenciamento e controle das áreas contaminadas e a busca na adoção de medidas sustentáveis para solução de problemas, bem como a realocação de recursos em forma de compensação a fim de trazer mais benefícios à sociedade do que os danos que foram causados. O contato com estudantes e profissionais de outras nacionalidades também contribuíram para que eu pudesse compreender diferentes pontos de vista e abordagens na resolução de problemas similares ao que temos no Brasil.